O aquecimento global tornou-se talvez a questão mais complicada para os líderes mundiais. Avisos da comunidade científica, que grita cada mais mais alto, apontando para os perigos crescentes do acúmulo contínuo de gases do efeito estufa produzido, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis e florestas.

As emissões globais de dióxido de carbono registraram um grande salto em 2010. As emissões aumentaram 5,9% em 2010, de acordo com uma análise do Global Carbon Projet, numa colaboração internacional aos cientistas. O aumento solidifica a tendência sempre crescente das emissões que os cientistas temem e que tornam difícieis, senão impossíveis, qualquer medida para evitar uma mudança climática grave nas próximas décadas.

No entanto, as questões tecnológicas, econômicas e políticas que têm de ser resolvidas, perante um esforço mundial para reduzir as emissões de gases, podem naufragar, especialmente em face de uma desaceleração econômica global.

Durante quase duas décadas, as Nações Unidas patrocinaram negociações globais, conhecidos como United Nations Framework Convention On Climate Change, tratado internacional assinado por 194 países em 1992, para discutir cooperações sobre as mudanças climáticas e os impactos causados.

As conferências operam com o princípio do consenso, o que significa que qualquer uma das nações participantes pode realizar um acordo. Nos últimos anos, as reuniões muitas vezes acabaram em total desilusão. Os conflitos e controvérsias discutidos são bastante conhecidos, familiares até: as obrigações diferenciadas das nações industrializadas e em desenvolvimento, a questão de quem vai pagar a conta para ajudar as nações pobres a se adaptarem, a urgência de proteger as florestas tropicais e à necessidade de rapidamente desenvolver e implantar tecnologia com energia limpa.

O processo de negociação em si está sob fogo cruzado por alguns setores, incluindo as nações mais pobres que acreditam que suas necessidades estão sendo negligenciadas na luta entre as grandes potências econômicas. A crítica veio também de um grupo relativamente pequeno, mas barulhento de céticos, sobre a mudança climática, pois muitos deles, membros efetivos do Congresso dos Estados Unidos, duvidam da existência da influência humana sobre o clima e ridicularizam os esforços internacionais para lidar com ele.

(Tradução adaptada da matéria publicada no jornal The New York Times, sessão Science, cujo título principal é “Global Warming & Climate Change”, em 21 de dezembro de 2011).