O Insa é uma das principais instituições brasileiras a pesquisar a região do Semiárido
O Insa é uma das principais instituições
brasileiras a pesquisar a região do Semiárido

Participam do projeto, dentre outras instituições, a Funceme, Universidade de Fortaleza (Unifor) e UFC.

Campina Grande. O Bramar é um projeto de cooperação em pesquisa e inovação tecnológica Brasil-Alemanha que tem por objetivo promover a gestão integrada dos recursos hídricos no Semiárido brasileiro, por meio de parcerias entre institutos de pesquisa e empresas dos dois países.

Dentre outros trabalhos, estão o reaproveitamento de resíduos da sua sede e o cultivo da palma forrageira, por meio da irrigação por gotejamento FOTOS: CID BARBOSA
Dentre outros trabalhos, estão o reaproveitamento de resíduos da sua sede e o cultivo da palma forrageira, por meio da irrigação por gotejamento
FOTOS: CID BARBOSA

O Projeto Bramar realizou, no último dia 25 de maio, um Dia de Campo que teve como tema “Contribuição do Reúso de Água em Sistemas Agrícolas”. A atividade, desenvolvida na sede do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Campina Grande (PB), contou com a presença de cerca de 60 alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), além de professores, pesquisadores e representantes da sociedade civil.

Lançado em dezembro de 2014, o projeto de cooperação binacional possui coordenação brasileira da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), e alemã, da Universidade de Aachen. O Bramar é executado por uma rede de instituições públicas e empresas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico dos dois países, da área de recursos hídricos.

Difusão de tecnologias

Tem como áreas experimentais para o desenvolvimento dessas tecnologias Recife (PE), Mossoró (RN) e os municípios paraibanos de João Pessoa, Campina Grande e Sumé. O Insa atua no projeto por meio da promoção de ações de difusão e transferência de informações e tecnologias desenvolvidas pela rede de pesquisadores. Contribui com práticas de capacitação junto a parceiros locais, especialistas, gestores e sociedade civil sobre técnicas de gerenciamento de recursos hídricos.

Durante o Dia de Campo, os participantes realizaram uma visita técnica à unidade de reúso de água em sistemas agrícolas instalada na sede do Insa. Participaram também de oficinas para avaliação e aprendizagem de cálculos para distribuição de água em sistema de irrigação por meio de gotejamento.

Apresentações

Antes das atividades práticas, o público assistiu a três apresentações com representantes da rede de instituições parceiras: o pesquisador Carlos de Oliveira Galvão, da UFCG, integrante da coordenação do projeto Bramar no Brasil; o pesquisador Delfran Batista dos Santos, pró­Reitor de Pesquisa e Inovação do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBaiano); e o pesquisadorda área de Recursos Hídricos; e o diretor substituto do Insa, Salomão de Sousa Medeiros. O projeto Bramar é executado por meio da parceria de instituições públicas e empresas privadas.

Instituições

Dentre outras instituições, participam a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Insa, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade de Fortaleza (Unifor), Embrapa Semiárido e Fundação Cearense de Meteorologia e de Recursos Hídricos (Funceme).

O financiamento vem do Fundo Setorial de Recursos Hídricos (CT­Hidro) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Do lado alemão, participam do projeto as Universidades de Aachen, Göttingen e Braunschweig. As empresas RWC, Huber, EnviroChemie e AP System Engineering. O financiamento é do Ministério Federal de Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF).

Uma das principais atividades realizadas pelo Insa é sua Unidade Piloto de Reúso de Água, iniciada no fim de 2012, Os resíduos gerados no prédio da instituição, cerca de 4 mil litros de esgoto por dia,

passam por uma estação simplificada de tratamento e são utilizados para o plantio de espécies florestais nativas da Caatinga com potencial madeireiro.

Água residuária

O engenheiro agrícola do Insa Salomão de Sousa Medeiros, pesquisador de recursos hídricos, garante que “o sistema é barato e pode servir de modelo para comunidades rurais que já têm estação de tratamento e não utilizam esse potencial”.

Para Salomão, “se levarmos em conta quer são 22 milhões e meio de habitantes no Semiárido consumindo cerca de 150 litros de água por dia, o reaproveitamento dos resíduos gerados daria para

irrigar cerca de 300 mil hectares sem a necessidade de buscar água de outras fontes. A água residuária ainda tem uma vantagem: contém nitrogênio, fósforo e potássio, que funcionam como adubo”.

http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/em-tempo-de-crise-reusar-agua-e-um-desafio-para-toda-a-sociedade-1.1317544

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