Espalhar sementes de plantas nativas no solo e adubá-lo é a maneira mais simples e natural de reverter o processo de desertificação. Essa foi uma das conclusões a que especialistas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) chegaram durante o processo de recuperação de cinco hectares de terra infértil no Vale do Jaguaribe.
O projeto Brum, como é chamado, teve início em 2015 num terreno privado cedido para pesquisa científica. Lá, foram implantadas também outras práticas de manejo do solo, como barragens de pedra para conter sedimentos orgânicos e escavação de terra para controle do escoamento da chuva e absorção de água pelo solo. Dois anos depois, “não podemos dizer que (o terreno) está recuperado, porque (o tempo) é pouco, mas o solo não está mais totalmente exposto, o que, pra nós, é o mais importante”, analisou a supervisora de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Funceme, Margareth Benício.
Margareth detalhou que o projeto custou, no máximo, R$ 200 mil, e que, agora, é preciso torná-lo política pública. “As pessoas (do campo) têm poucos recursos. É complicado querer que elas façam (sozinhas)”, ressaltou. “Conhecemos esse projeto e já pedimos à Funceme para ver se é possível multiplicar. Temos interesse”, garantiu o secretário estadual do Meio Ambiente, Artur Bruno.