Fonte: Somar Meteorologia – Elaboração: 13/09/2018
O último boletim da agência americana de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) foi lançado no dia 10 de setembro e manteve o cenário de atual neutralidade-transição com relação a temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Novamente os resultados do modelo probabilístico CPC-IRI indicam tendência de aumento da temperatura do Oceano Pacífico. Segundo a última simulação realizada pelo CPC-IRI a chance de um El Niño no trimestre JFM (janeiro-fevereiro-março) de 2019 é de 75% e nos trimestres seguintes (FMA e MAM de 2019) essa possibilidade aumenta para 78%.
O boletim indica que águas ligeiramente mais aquecidas que o normal se encontram principalmente nas profundezas do oeste do Pacífico (nas áreas entre o Niño 4 e Niño 3.4). Este aquecimento profundo ainda não está uniforme. Enquanto áreas do oeste tem até 5°C de anomalia positiva ( ou seja, mais quentes que o normal), em outras áreas a anomalia de temperatura é de apenas 1°C abaixo da média. Próximo a costa da América do Sul, na região do Niño 1+2 ainda há anomalia negativa de temperatura, em torno de 1 °C. Assim, de modo geral, as áreas superficiais do Pacífico apresentam tendência de aquecimento até o fim do ano. Ainda com limiares que não atingem um padrão de El Niño (pelo menos +0,5°C de anomalia na região equatorial central) para o início da primavera, mas segundo as simulações esse limiar será atingido no decorrer do verão. Apesar de não começar oficialmente na primavera, o fato de as águas do Oceano Pacífico Equatorial estarem ligeiramente mais aquecidas que o normal já pode impactar no regime de chuvas da primavera. Tanto que o IRI projeta uma anomalia positiva de chuva para áreas do Sul do país e negativa para áreas do Brasil Central e região Nordeste, indicando efeitos clássicos do padrão El Niño like sobre a América do Sul.
Consequentemente, com o padrão irregular de chuvas previsto, os modelos de previsão indicam temperaturas acima da média em grande parte do Brasil Central, Centro Norte e Nordeste do país. Novamente, a Somar Meteorologia compara o segundo semestre de 2018 com o mesmo período em 2014. Naquele ano, a chuva aconteceu de forma mais irregular sobre o país, pois a corrente de jato, ventos fortes que sustentam as frentes frias, ficou mais ao sul, levando chuva forte somente à Argentina, Uruguai e oeste e sul do Rio Grande do Sul. Nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste e nos Estados do Paraná e de Santa Catarina, a chuva foi irregular, ora ficando mais forte que o normal, ora mais fraca que a média histórica. Por conta da chuva mal distribuída, a primavera 2014 registrou algumas fortes ondas de calor, especialmente em outubro.
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