Para os mais diversos núcleos sociais, desde os minúsculos aglomerados campestres, até as maiores concentrações populacionais, o futuro estará totalmente comprometido se não existir uma água de boa (ótima!) qualidade. Como é possível pensarmos em qualidade de vida, quando estão comprometidos os recursos hídricos? Dentro dos múltiplos contextos – social, econômico e político -, a água terá que, forçosamente, inevitavelmente converter-se em prioridade. Isso se, quisermos futurar alguma coisa melhor.

A disponibilidade de água tornou possível o progresso – transporte, pesca, etc – de civilizações marginais aos rios, que são os principais reservatórios para o desenvolvimento humano. Não se faz necessário, lembrar de forma extensa, a importância de rios como o Sena (Paris/França), Tâmisa (Londres/Inglaterra), Tibre (Roma/Itália) e o Ganges (Nova Déli/Índia). No Brasil, rios como o Tietê (São Paulo/São Paulo), Capibaribe e Beberibe (Recife/Pernambuco) e os potiguares Potengi e Pitimbu (Natal/Rio Grande do Norte), foram e continuam como elementos essenciais à concretude e manutenção à vida, embora nessas derradeiras décadas tenham-se perdido em perrengues.

E de qual qualidade de água estamos a falar? Obviamente dos recursos hídricos existentes, na superfície e nos subterrâneos. Tanto os recursos superficiais, necessitam de uma prioridade acurada, quanto os subterrâneos. A prioridade a um desses mananciais não poderá ser em prejuízo do outro, pois esse ou aquele, padece de algum tipo de violência, sobretudo pela atuação humana, aonde agentes poluidores são diariamente jogados aos esgotos. Isso sem falarmos nas indústrias que dão uma grande contribuição negativa, claro! para nossos rios, lagos, córregos, etc.

Não é necessário muito esforço para encontrarmos esses focos de contaminação aos nossos mananciais. Citemos alguns: fossas ou cacimbões transformados em fossas, sumidouros, lixões, esgotos industriais, postos de combustíveis e criações de animais em locais impróprios.

Sem uma campanha que alerte para uma tomada de consciência de valorização da água e da vida, que cative o cidadão comum, organizações não governamentais e esferas dos governos, passando por escolas, universidades, associações, cooperativas, condomínios e locais de trabalho, o caminho será longo e sem objetividade. Comparado a um caminho de cabras. Inertes, apáticos assistimos a destruição e morte prematuramente anunciadas dos nossos mananciais.

Contudo, em algum lugar um bom exemplo estar sendo dado. Alguém ou algum organismo trabalha ativamente para salvar esses mananciais. Advogados, médicos, agrônomos, educadores ambientais, técnicos, prefeitos, representantes de associações, usuários, trabalham em prol da água. Muitas dessas pessoas envolvidas são voluntárias que dedicam parte do seu tempo em defesa de uma causa em comum: A ÁGUA.

Para que possamos mudar o quadro atual, é preciso o excitamento de ações articuladas e duráveis, onde os órgãos responsáveis pelo gerenciamento e manutenção das águas, exerçam atividades concretas, no âmbito municipal, estadual e federal. Órgãos como COGERH, CAGECE, CONERH, DNOCS, entre outros, poderão fazer além do seu envolvimento, algo mais participativo e democrático.

Dispomos assim, como podemos compreender, de uma vasta gama de segmentos no âmbito federal, estadual, municipal e na sociedade civil em particular, onde é possível reivindicar a preservação dos mananciais. Que esse agir, possa trazer uma melhor qualidade de vida para todos os atores envolvidos na questão de/por uma ÁGUA CIDADÃ.