Ao todo, 22 reservatórios tiveram obras iniciadas sob a gerência da Cogerh e SRH. A previsão para o fim dos trabalhos de manutenção das barragens consideradas com risco de rompimento é para fevereiro de 2020
O robusto volume pluviométrico registrado ao longo da quadra chuvosa deste ano (fevereiro a maio) expôs um cenário preocupante entre os reservatórios cearenses. Muitos deles apresentaram falhas estruturais e estiveram sob o risco iminente de rompimento acarretando, inclusive, a evacuação de milhares de pessoas no interior, como ocorrera com 500 famílias residentes no entorno da barragem Granjeiro, em Ubajara, na Região da Ibiapaba, que ameaçava romper.
Diante desta conjuntura, a Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou relatório apontando que oito açudes estavam em situação de risco considerado alto. Todos eles, no entanto, tiveram, neste segundo semestre, as obras de reparo iniciadas. Segundo justificou a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), os trabalhos não foram realizados no semestre passado devido à alta incidência das chuvas. “A manutenção anual dos reservatórios é feita através de inspeção in loco e sempre após a quadra chuvosa”, destacou o diretor de Operações da Cogerh, Bruno Rebouças.
Atualmente, está em curso o processo de recuperação nas barragens Cupim, Barra Velha e Colina, na bacia hidrográfica dos Sertões de Crateús; Brôco e Monte Belo, na bacia do Alto Jaguaribe; Cipoada, na bacia do Banabuiú; além dos açudes Tijuquinha e Pacajus, da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O investimento total está orçado em R$ 3,5 milhões.
Além da recuperação dos açudes, Bruno ressalta que “estão sendo feitas inspeções regulares para detectar possíveis anomalias e aplicar as medidas preventivas” necessárias nos demais reservatórios apontados pela ANA com alguma ameaça de rompimento – 19 açudes constam com risco médio, segundo relatório.
A previsão é de que as obras sejam concluídas até fevereiro de 2020. Até lá, Rebouças atesta que os açudes onde foi detectada a necessidade dos serviços, estarão em condições adequadas para atravessar a próxima quadra chuvosa.
Reservatórios federais
Quanto aos açudes administrados pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), 14 também estão em obras: Edson Queiroz, em Santa Quitéria; Realejo, em Crateús; Farias de Sousa, em Nova Russas; Araras, em Varjota; Santo Antônio de Aracatiaçu, Patos, Cachoeira e Ayres de Sousa, todos em Sobral; Forquilha no município homônimo; São Pedro de Timbaúba, em Miraíma; São Vicente, em Santana do Acaraú; Tucunduba, em Senador Sá; Várzea da Volta, em Moraújo e Lima Campos, em Icó.
Todos em processo de recuperação e modernização. Além destes, o Dnocs ainda emitiu ordens de serviço para o Forquilha II, Trici, Várzea do Boi e Favelas, todos em Tauá; o Serafim Dias, em Mombaça; Trussu, em Iguatu; Thomás Osterne no Crato; e o Açude Gomes em Mauriti. Outros oito reservatórios devem ter obras licitadas ainda neste ano.
O Castanhão, maior reservatório cearense, responsável por abastecer parte da RMF, está, segundo o Dnocs, “em condições ideais para receber as águas da Transposição do Rio São Francisco”, que devem chegar ao Açude em meados de março do próximo ano, isto se mantido o prazo estipulado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional de início do bombeamento das águas de Pernambuco para Jati, no Ceará, previsto para o próximo dia 30.
Já a terceira maior barragem do Ceará, o Arrojado Lisboa, em Banabuiú, vai passar por melhorias após duas décadas. O processo de licitação das obras está em fase de conclusão. A previsão orçamentária de investimento gira em torno de R$ 24 milhões.
Por André Costa e Alex Pimentel, regiao@verdesmares.com.br