O Comitê da sub-bacia do Médio Jaguaribe realizou nesta quinta-feira (13) sua 83ª Reunião Ordinária, na Câmara municipal de Jaguaribara.

Dentre as pautas, o colegiado aprovou o Plano de Gestão Proativa de Secas do Hidrossistema Riacho do Sangue, o 1º da região, preencheu vacância, conheceu um projeto de reúso de água, etc.

Plano de Secas

Alberto Teixeira, professor do IFCE campus Limoeiro do Norte, explicou acerca das etapas de elaboração do Plano de Secas do Hidrossistema Riacho do Sangue, em Solonópole.

O trabalho busca criar, a curto prazo, instrumentos para diminuir os impactos da seca, considerando demandas e ofertas existentes em cada contexto regional.

A equipe do cientista chefe apurou com a população local as percepções das secas na região, sendo estabelecido como o pior período na década de 1960.

Durante reuniões com os usuários do açude, quatro cenários de situação foram definidos para liberação de água: normal, alerta, seca e seca severa.

Açude Riacho do Sangue
Açude Riacho do Sangue, em Solonópole
  • Normal: 320 l/s
  • Alerta: 256 l/s
  • Seca: 160 l/s
  • Seca Severa: 32 l/s

Em votação, o Comitê aprovou por unanimidade este que é o 1º Plano de Gestão Proativa de Secas da região do Médio Jaguaribe.

“Momento histórico e de muita alegria pois vai nos dar a segurança de tomar as decisões corretas quanto à liberação de água em Solonópole. Esperamos levar esse trabalho também para outros açudes da região para atender as necessidades de nosso povo”, comemorou Netinho de Daniel, presidente do Comitê.

O Plano de Secas é um programa desenvolvido e coordenado pelo Programa Cientista Chefe de Recursos Hídricos, via Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), e tem apoio institucional da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

Até o momento, o Ceará tem 7 planos concluídos (Patu, Fogareiro-Quixeramobim, Carnaubal, Jaburu I, Missi e Tejuçuoca e Trussu) e três em desenvolvimento (Bacia do Coreaú, Arneiroz II e Mundaú).

Novo membro

A plenária possuía uma vacância no segmento Poder Público Estadual e Federal, cuja vaga foi pleiteada na reunião e conquistada pela Secretaria de Meio Ambiente e Mudança de Clima do Ceará.

Avaliação das Operações 2024.2

O gerente regional da Cogerh das sub-bacias do Baixo e do Médio Jaguaribe, Hermílson Barros, expôs os dados das operações de alocação negociada do 2º semestre de 2024, finalizadas em janeiro de 2025.

Dos 15 reservatórios monitorados no Médio Jaguaribe, apenas o Açude Joaquim Távora apresentou balanço negativo na operação, com 0,48% a menos do volume simulado pela Cogerh.

A justificativa foi a paralisação do sistema de transferência Orós-Feiticeiro e manutenção do canal à jusante do manancial.

Confira os detalhes na tabela abaixo:

Além disso, Hermílson detalhou as vazões para o 1º semestre de 2025 para os açudes isolados, priorizando o abastecimento humano.

Projeto de reúso de efluentes

Por fim, a Secretaria de Meio Ambiente de Jaguaribara apresentou o Projeto de reúso de efluentes para produção de forrageiras e em viveiro de mudas para recomposição no entorno do Castanhão.

O projeto busca difundir modelos adaptados ao seminário, quantificando impactos ambientais e econômicos da mata ciliar às margens dos afluentes da barragem. Além disso, a intenção é minimizar o avanço da desertificação e garantir distribuição de plantas da caatinga à população.

“Vamos agregar renda ao pequeno produtor. Nas pesquisas, percebemos que a água de esgoto aumenta a produtividade em até 70% de certas culturas. Dentre as ações projetadas está a implantação de um Parque Ecológico visando ecoturismo em uma área hoje degradada que será recuperada. Temos que correr com a prefeitura de Jaguaribara, com a SRH e com o Cientista Chefe para isso”, revela Flávio Araújo, secretário municipal de Meio Ambiente.

O encontro contou com 37 das 40 instituições-membros do Comitê.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *